terça-feira, 1 de maio de 2012


CIGARRAS

 
Elas sempre fascinaram-me. Mas a minha admiração por esses seres cresceu ao conhecer o ciclo de vida.
Após o acasalamento o macho morre e a fêmea, após a postura dos ovos, também. Os ovos eclodem e os insetos jovens (ou ninfas) caem no chão e entram na terra onde vivem de 01 a 17 anos (depende da espécie) se alimentando da seiva de raízes. Isso mesmo: de 01 a 17 anos. Depois desse período elas cavam túneis, sobem nas árvores e sofrem uma metamorfose, a ecdise, se tornando adultas e prontas para o acasalamento.
Já escrevi um conto sobre o tema “Antes que cheguem as cigarras” e um poema “Cristais” – presente no meu livro Beirais – 2007, que publico a seguir:


CRISTAIS

Anunciam com a chegada
O novo ciclo
Parodiando cristais
Tripudiando os moucos ouvidos
De desatentos ouvintes.

Não desafinam
E nem sequer se importam
Com a fama indevida
De boêmias incorrigíveis.

Antes, os criticos desdenham
Com a sinfonia que lança por terra
As intransponíveis muralhas
Dos que simulam indiferença.

E avessas ao silêncio
Cantam as cigarras o fado
Num agradecimento ao Supremo
Pelo muito que lhes é dado.





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